Infância capitalista

 

Quem tem contato com criança saberá do que estou falando. Pergunte para esta criança se ela sabe o que é Playstation. Raramente uma dirá que não sabe e a maioria já tem um em casa. Aquela criança que não tem quer ter. Isso prova a intensa influência da mídia sobre as crianças. Muitas ficam tristes e até depressivas porque não tem aquele brinquedo que acabou de sair ou aquele sapato que faz algo inusitado.

E a mídia não faz questão de esconder sua ânsia pela total “dominação” da cabeça dos pequenos. Eles são induzidos a comprar algo porque “todo mundo vai querer ter um igual” ou porque é “sensacional”. Eles são incentivados a quererem coisas que se tivessem anteriormente não dariam valor. As propagandas e projetos publicitários agem através da idealização dos produtos e do medo, já que a criança se sente excluída por não ter algo que todos seus colegas tem.

A TV é outra que contribua para a criação da “infância de comércio”. Nos programas infantis, são oferecidos prêmios a torto e a direito. No Bom Dia e Companhia, do SBT, um dos prêmios é uma quantia de 1000 reais. Esse é uma dos opções mais requisitadas pelos telespectadores mirins. As crianças estão cada vez mais instigadas a ter dinheiro e lhe dão valor maior que o normal.  Outro exemplo que me deixou pensativo foi um vídeo de um antigo programa da Xuxa. A criança lhe escreveu que ela queria ganhar uma viagem para a Disney World, mas que se ela não fosse, ela desejaria que as crianças que fossem ao parque ficassem felizes. Ou seja: se ela não ir, ela não é feliz. Uma situação de horror saber que uma criança precisa de coisas materiais para ficar feliz e que, sem isso, ela seria triste. O bem físico superou o afeto e o amor. A regra é “quem tem mais é mais feliz”, infelizmente.

Na minha época, ganhar 50 centavos era motivo de festa… E ninguém pedia mais.

Educação e criação: preocupação

Notícia e foto do G1:

Uma garota de14 anos foi espacanda pelo irmão de sua colega de escola em Palhoça (SC), na quarta-feira (24). As adolescentes teriam se desentendido e após a briga o rapaz, de 24 anos, teria agredido a jovem por vingança, segundo a polícia. A vítima segue internada no hospital. 

A delegada responsável pelo caso, Gisele Jerônimo, disse ao G1 que a garota teve diversas lesões pelo corpo.  “O rapaz a agrediu tão violentamente que ela está até hoje [sexta-feira] internada”, afirma a delegada.

Esta notícia me fez retomar dois posts passados: o Falta de Educação com a Educação e o Crianças: vítimas dos problemas dos adultos. O primeiro por mostrar o total descontrole da escola sobre seus alunos. Respeito e consideração pelo local de estudo desapareceram. Os alunos só continuam a ir nas escolas por ordem dos pais ou para reencontrar os amigos. Agem como se aulas fossem palestras inúteis e desinteressantes (o que, em alguns casos, é verdade). As crianças e jovens não vêem a escola como uma instituição de formação de caráter, já que lá eles não encontram motivação, suporte e estrutura física necessária para que realmente passem a admirá-la. Os “eventos”  interessantes, para uma grande maioria, são as brigas, discussões, oposições ao professor ou outro estardalhaço qualquer. A educação brasileira está como essa menina, hospitalizada por tempo indeterminado.

Já o segundo post demostra a má criação que estamos dando a nova geração, que forma sua personalidade baseada em situações desagradáveis que vivem ou a situações que nunca puderam viver, graças à ausência dos pais ou família. A influência da mídia também participa disso, passando ideais cada vez mais distorcidos. Como a menina na foto acima, os jovens estão rodeados de aparelhos. Não com fins médicos, mas sim com a finalidade de distraí-los e deixá-los longe dos pais por certo tempo. Mas estes aparelhos, muitas vezes, corrompem certos valores. Os pequenos se tornam vítimas mais uma vez de situações que não podem reverter.

A nova geração sofre e a velha geração assiste apática.