Apontando culpados

As chuvas em São Paulo não cessam. Já são 38 dias seguidos. As previsões não são muito animadoras. Segundo o instituto Somar, a possibilidade de chuva nos próximos dois dias é grande. A população já não sabe mais o que fazer. A água se tornou o principal inimigo dos paulistanos. Um dos locais mais atingidos é o Jardim Romano. O jornalismo da TV Record fez uma série de reportagens sobre este bairro (veja aqui uma parte: http://migre.me/i8zn) que deixou de estar alagado e se tornou o lago, pois a água não escoava. Quase uma Veneza brasileira.

No meio de tudo isso, surge a discussão sobre os culpados. A alvo inicial é o prefeito. Depois o governo como um todo. Outros mais ecológicos apontam a população. Eu aponto o caráter.

Ninguém tem coragem de assumir: eu ajudei a criar uma enchente. Porque todos nós somos culpados. Aquele que joga papel na rua, aquele que ignora os problemas e segue sua vida. Esquecemos do próximo sem contar que somos os próximos de alguém. E se alguém pensar que “não vale lutar por uma sociedade imunda como essa”, pense que se não tentar melhorar o problema, você acabará imundo como aqueles que você condenava.

Posso falar com propriedade: eu ajudei a criar um desastre ecológico. Eu joguei papel na rua, eu polui o ar com meu carro “megaemissor” de gás carbônico e tudo mais. Isso também é consequência dos meus atos.

Então deixem de arrumar culpados e procurem se transformar em solucionadores.